

Thiago Rossi
Entrevista com Thiago Rossi, jornalista e sócio do jornal Folha de Barbacena.
15.04.2021 | Isabella Paolucci e Raphaela Ferreira

Thiago Rossi - Acervo Pessoal
Thiago Rossi é formado em Comunicação Social e pós-graduado em Gestão Cultural. No ano de 2005, ingressou no veículo Folha de Barbacena, que começou como Folha de Negócios, trazendo apenas anúncios e classificados, mas que hoje trabalha com o jornalismo impresso e para web. Além disso, ele também possui três livros publicados, sendo esses “Os contos de Vlad - Primeiras Noites”, “Os Pardais” e “AP- Amores Incompletos”. Com experiência no meio digital e impresso, Thiago nos contou um pouco a respeito de seu trabalho realizado em ambos os meios. Confira:
Fotografia: Camila Condé
Quais os maiores desafios do webjornalismo?
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Thiago: Acredito que os maiores desafios do webjornalismo hoje sejam a questão da velocidade das informações, que circulam nas redes quase que instantaneamente após o acontecimento de um fato e que, por diversas vezes, sem uma apuração profissional, acabam trazendo um grande teor de fake news. Então, acredito que o principal desafio seja este, conseguir produzir uma informação verídica e de qualidade, na mesma proporção em que a desinformação circula pelas redes.
Quais as principais habilidades que um jornalista precisa ter para se destacar no webjornalismo?
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Thiago: Ficar atento ao que as redes sociais nos trazem, além de entender a linguagem que a internet utiliza. As redes sociais hoje nos apresenta o que está em alta no momento, o que as pessoas estão querendo saber ou o que está em voga, então, ficar atento ao que circula nas diversas redes sociais, acredito, deva ser uma das principais habilidades deste profissional.
Financeiramente, hoje, o webjornalismo é mais viável que o jornal impresso?
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Thiago: Os dois tipos de jornalismo tem a sua importância e o seu público, por isso acredito que dependa mais da capacidade do setor comercial de cada. Há aqueles que só acompanham as notícias pela internet, mas há um público mais conservador, que ainda prefere o impresso, como se o que está impresso no papel fosse mais verdadeiro que o que está na internet. Por isso, acredito que esta questão do financeiro vai um pouco mais além, envolvendo outros setores de uma equipe do veículo de comunicação.
Com a chegada da pandemia, todos os meios de comunicação precisaram sofrer adaptações para se manter ainda ativos. Como foi com o jornalismo para a web?
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Thiago: O jornalismo para o web acabou sendo mais utilizado, as pessoas queriam entender mais a COVID, saber sobre os casos, se a doença já havia chegado à cidade, saber sobre fechamento e abertura do comércio. Como houve um isolamento, as pessoas ficaram mais tempo nas redes. Sendo assim, houve uma procura e utilização maior do produto ofertado pelo jornalismo na web.
Como conciliar a instantaneidade que a internet impõe com a produção de conteúdo de qualidade?
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Thiago: A velocidade da internet é algo incrível, mas ela te dá apenas fragmentos de informações. Por isso, apesar de haver a necessidade de uma maior agilidade para a divulgação da matéria, é preciso, antes de tudo, ofertar ao leitor uma informação mais completa, com detalhes que aquela mensagem de WhatsApp não trouxe. A qualidade do conteúdo deve ser o principal.
Como foi a decisão de que, além do jornal impresso, seria interessante também ter um canal na web para a Folha também?
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Thiago: Evolução. Não vivemos em uma bolha ou em uma ilha. O mundo está na internet, a cidade está na internet. Então houve a necessidade de se adequar ao mercado.
Como o engajamento do público, através dos comentários, influencia na produção de conteúdo?
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Thiago: Os comentários são algo bom de se acompanhar, mas em um mundo tão polarizado, onde as pessoas se escondem atrás de perfis fakes, por vezes é melhor ignorar alguns e prestar atenção naqueles que realmente agregam de alguma maneira a melhora do jornal, da produção de pautas, etc. Na era do cancelamento, é preciso saber que a missão do jornalismo é a informação com veracidade.